Quíron, designado oficialmente como 2060 Chiron, é um dos objetos mais intrigantes do sistema solar. Descoberto em 1977 pelo astrônomo Charles Kowal, Quíron inicialmente foi classificado como um asteróide. No entanto, suas características incomuns levaram a uma nova categoria de corpos celestes: os centauros. Centauros são objetos do Sistema Solar que orbitam entre os planetas gigantes, caracterizados por trajetórias elípticas e características tanto de asteroides quanto de cometas.
Vale a pena estudar as características astronômicas de Quíron? Aqui vai um sonoro SIM!
Eu sempre defendo que os profissionais e amantes da Astrologia conheçam pelo menos as noções básicas das dinâmicas astronômicas. Essas características facilitam muito a observação das correspondências com o comportamento humano e os acontecimentos na Terra.
Não faz muito tempo que Quíron foi descoberto. Naturalmente, as conclusões astrológicas sobre ele ainda não passam de suposições. Afinal, desde quando foi descoberto em 1977 até os dias atuais, Quíron não completou nem mesmo uma volta em todo o zodíaco…
De qualquer forma, hoje ele faz parte do nosso sistema solar e as suas características que transitam entre asteróide e cometa despertam uma boa dose de curiosidade sobre as dimensões do Quíron mitológico (ferida, curador e mestre).
A órbita de Quíron é notavelmente excêntrica e instável, sendo esse um dos aspectos que o torna único entre os corpos celestes. Ele percorre uma trajetória entre as órbitas de Saturno e Urano, levando aproximadamente 50,7 anos para completar uma volta ao redor do Sol.
Essa órbita elíptica e inclinada tem grandes implicações no seu comportamento dinâmico, pois aproxima Quíron de diferentes partes do Sistema Solar e o torna sujeito a influências gravitacionais variadas.
A instabilidade da órbita também reflete a própria natureza dos centauros: são corpos de vida orbital curta, destinados a serem expulsos do sistema solar ou a colidir com outros objetos devido às interações gravitacionais dos planetas.
A composição de Quíron permanece um tanto enigmática devido às dificuldades em estudá-lo em detalhes. No entanto, observações espectroscópicas revelaram traços de gelo, e acredita-se que ele possua uma mistura de rochas e material volátil.
Estima-se que Quíron seja um corpo gelado de dimensões modestas, com um diâmetro que varia entre 150 e 180 quilômetros. Sua superfície reflete pouco a luz solar, característica comum entre objetos ricos em compostos orgânicos, como hidrocarbonetos.
Esses materiais orgânicos, juntamente com o gelo, indicam que Quíron poderia ter se originado no Cinturão de Kuiper, a região além de Netuno, onde muitos outros corpos gelados residem.
Quíron foi o primeiro corpo a ser classificado como centauro, um termo inspirado nos seres mitológicos metade homem, metade cavalo, simbolizando sua natureza híbrida.
Em termos astronômicos, um centauro é um corpo transicional que compartilha características com asteroides e cometas. Quíron, em particular, é interessante por exibir atividades típicas de cometas!
Em condições específicas, ele desenvolve uma coma – uma atmosfera difusa em torno de si – quando se aproxima do Sol. Esse fenômeno sugere a presença de gelo na superfície de Quíron, que sublima em gás e libera partículas, semelhante ao comportamento de um cometa. Por esse motivo, Quíron foi um dos primeiros corpos considerados com uma natureza dupla, apresentando tanto características de asteroide quanto de cometa.
Em sua trajetória, quando Quíron se aproxima do Sol, a energia solar aquece sua superfície, levando a uma sublimação dos materiais gelados e à liberação de gases e partículas. Esse processo cria uma tênue coma e, ocasionalmente, uma cauda que se estende pelo espaço, o que é bastante raro entre os asteroides conhecidos. Essa característica desafia os conceitos tradicionais de diferenciação entre asteroides e cometas.
Embora as medições do período de rotação de Quíron variem, acredita-se que ele complete uma rotação em aproximadamente 5,9 horas. Esse ritmo relativamente rápido sugere que Quíron é um corpo sólido, ao contrário de alguns cometas, que têm uma estrutura mais frouxa.
Além disso, sua inclinação axial, que é a inclinação do eixo em relação ao plano de sua órbita, contribui para seu comportamento incomum quando se aproxima do Sol. Essa inclinação resulta em padrões irregulares de aquecimento, o que pode explicar sua atividade variável.
Os astrônomos acreditam que Quíron é um remanescente primordial do início do sistema solar, provavelmente formado nas regiões externas além de Netuno.
Ao longo do tempo, as interações gravitacionais com outros planetas gigantes o deslocaram para sua posição atual entre Saturno e Urano. Esse caminho migratório o coloca em uma trajetória instável, o que significa que sua órbita mudará ao longo de milhões de anos.
Eventualmente, Quíron pode ser ejetado do sistema solar, colidir com outro planeta ou, possivelmente, se fragmentar. Sua composição e comportamento indicam que ele compartilha semelhanças com objetos do Cinturão de Kuiper, embora atualmente ele esteja em uma órbita muito mais interna.
Na Astrologia, Quíron é conhecido como o “Curador Ferido” e simboliza áreas de dor, vulnerabilidade e cura profunda. Mais do que isso, há fortes indícios de que o lugar o ocupado por Quíron no mapa mostra um grande potencial de maestria do nativo.
Diferente dos planetas tradicionais, Quíron não representa uma força externa poderosa, mas uma parte interna onde as pessoas carregam feridas emocionais ou psicológicas. Esse asteróide revela feridas que, muitas vezes, são difíceis de curar completamente, mas que incentivam o crescimento e a transformação pessoal.
Quíron também mostra como alguém pode, através das próprias dificuldades, desenvolver empatia e habilidade para ajudar e curar os outros. Sua posição no mapa astral indica onde o nativo pode encontrar e enfrentar essas feridas, e, paradoxalmente, onde têm o maior potencial para se tornarem curadores ou mentores, ajudando outros a superar desafios semelhantes.
Com amor, com Deus,
Astróloga do Jardim
P.S.: Estou te esperando no JARDIM ASTROLÓGICO SECRETO…
Amante da Astrologia desde 2001. Astróloga profissional desde 2018. Tenho a missão de tornar esse conhecimento milenar acessível para todos com seriedade, integridade e amor.