Plutão na Astrologia – As Dores e o Poder da Transformação

Significado de Plutão

Plutão na Astrologia é um planeta de profundidade, transformação e renascimento. Embora pequeno em tamanho, sua influência é imensamente poderosa, tocando os aspectos mais profundos e ocultos da psique humana e das estruturas coletivas da sociedade. 

Associado à destruição e regeneração, Plutão rege o submundo simbólico e representa um processo inevitável de transformação. Simbolicamente, ele nos força a confrontar nossos medos mais vorazes, reconhecer as sombras em nossa vida e emergir mais fortes e renovados.

Realmente, não é um planeta fácil… E nem todo mundo está preparado para encarar as verdades que ele mostra. Os defeitos mais sombrios, as necessidade doentias de controle, os desejos de poder, nosso sistema de manipulação inconsciente, as autossabotagens e artimanhas vitimistas naturais ou intencionais que empreendemos por aí…

Resumindo, Plutão na Astrologia é o nosso inferno.

Vale lembrar que esse é um planeta geracional e que, portanto, rege ciclos coletivos e gerações. Com uma órbita lenta — cerca de 248 anos para completar o zodíaco — Plutão permanece em um signo de 12 a 30 anos, marcando grandes períodos de transformação global.

O último trânsito de Plutão em Capricórnio (2008–2024) revelou temas como a crise financeira global, a reforma das estruturas de poder e a queda de sistemas obsoletos. Agora, em sua transição para Aquário, Plutão está trazendo à tona temas de tecnologia, liberdade e revoluções sociais.

A Astrologia moderna atribuiu à Plutão a regência do signo de Escorpião e o domicílio acidental na oitava casa do mapa natal. Assim, Plutão representa um vasto universo de transformação, poder, controle, morte (literal e figurativa) e muitos mistérios da vida. 

A Mitologia de Plutão: O Guardião do Submundo

Mergulhar nas histórias mitológicas é sempre uma grande ajuda para compreender o simbolismo astrológico. Plutão é o equivalente ao deus Hades da mitologia grega, governante do submundo e guardião dos mortos, que habitava as profundezas da Terra, longe do brilho e da alegria do mundo superior. 

Diferente de outros deuses, Plutão não era associado ao mal, mas sim à ordem e ao equilíbrio, garantindo que as almas fossem para seus destinos finais e que os tesouros ocultos da Terra fossem protegidos.

O mito de Hades e Perséfone, sua rainha, é particularmente relevante para entender Plutão do ponto de vista astrológico. Hades raptou Perséfone, filha de Deméter, e a levou ao submundo para ser sua esposa. Em apertada síntese, esse evento simboliza o ciclo de morte e renascimento: o inverno estéril (a ausência de Perséfone) e o retorno da primavera (quando ela volta à superfície). Refletindo a essência de Plutão, esse é um mito que ilustra muito bem as fases de perda dolorosa, aceitação e renascimento.

Plutão na Astrologia

Este não é um planeta que oferece lições leves ou transitórias; ele trabalha nas profundezas da alma, desafiando-nos a enfrentar nossas maiores vulnerabilidades, medos e traumas. 

O que torna seus desafios tão intensos é que eles não podem ser evitados. Os desafios exigem de nós um mergulho profundo no desconforto, a fim de alcançar a verdadeira transformação. 

Assim, Plutão é o planeta das metamorfoses. 

Ele nos desafia a deixar para trás padrões, relacionamentos ou crenças que não servem mais ao nosso crescimento. E os desafios que Plutão simboliza, embora árduos, têm o potencial de nos levar ao crescimento pessoal mais significativo e duradouro.

Nesse caminho, é normal que o processo seja doloroso… E a dimensão da dor varia conforme o estágio de consciência do nativo. 

Porém, muito mais do que a vivência da dor com retirada pura e simples daquilo que não serve mais, é bem verdade que as vivências plutonianas são essenciais para a evolução espiritual e emocional.

Em paralelo, Plutão também simboliza o poder — tanto o uso quanto o abuso dele. 

Abrindo a mente, conseguimos enxergar que essa é uma face de Plutão intimamente relacionada com as dores da transformação necessária. 

Explico: 

O desejo de poder é o disfarce da necessidade de controle. E de onde vem essa necessidade? Vem exatamente do medo de encarar as mudanças dolorosas que mexem na acomodação e no ego. 

Afinal, lidar com a perda quase nunca é agradável, sobretudo quando se trata do apego a pessoas ou à posição social, mesmo quando a perda seja uma parte natural do ciclo da vida.

É o medo do injusto quando não se está apto para julgar. Medo da humilhação. Medo de desmoronamento da própria imagem.

Sim, a sensação de poder esconde grandes inseguranças… Plutão governa segredos, traumas, emoções reprimidas e aspectos de nossa amarga sombra que preferimos ignorar.

Então, Plutão no mapa revela qual é a predisposição natural dessas dinâmicas de poder em nossas vidas, desde a maneira como controlamos os outros até os sistemas maiores que governam o mundo. 

Quando mal integrado, Plutão pode levar à manipulação, obsessão e destruição. 

Quando bem integrado, ele nos dá força interior e resiliência. Ele nos encoraja a trazer essas questões à superfície para que possamos confrontá-las e, de alguma forma, curá-las.

Sendo um planeta intensamente emocional, Plutão também está ligado à sexualidade e à intimidade profunda. Ele rege a capacidade de se conectar emocionalmente a outro nível, além de explorar os tabus e desejos mais íntimos.

Plutão no Mapa Astral

Em um mapa astral, Plutão mostra onde ocorrem transformações profundas e onde a pessoa pode experimentar um crescimento significativo ao longo da vida. Sua posição por signo e casa revela áreas da vida em que é necessário confrontar medos, superar obstáculos e abraçar mudanças radicais.

Plutão, embora intimidador, é um grande professor. Ele nos mostra que o crescimento verdadeiro requer coragem para enfrentar os desconfortos necessários. Afinal, não há transformação sem resistência, mas o resultado é uma versão mais forte e autêntica de nós mesmos.

Aceitar Plutão em nossas vidas é aceitar a impermanência e a inevitabilidade da mudança. Simbolicamente, esse é o planeta que te provoca a questionar quem é você, o que você quer e qual é o seu propósito.

Nada é permanente. A destruição é necessária para criar espaço para algo novo e mais significativo. Plutão nos lembra que, assim como a natureza tem seus ciclos de morte e renascimento, nós também precisamos nos reinventar continuamente para evoluir.

Ao mesmo tempo, nem tudo está ao nosso alcance. É preciso sabedoria para identificar e humildade para aceitar aquilo que não se pode mudar.

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Com amor, com Deus,

Astróloga do Jardim

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